segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Reunião de negócios

Quando deixou o covil do estranho homem que havia feito a proposta de emprego mais inusitada imaginável, Sandro Diaz seguiu para seu verdadeiro trabalho.
Enquanto dirigia pelas ruas congestionadas em direção a uma reunião importante - sua mente não se aquietava. Ele não costumava ser mandado para cidades tão próximas da capital do estado, para nenhum tipo de trabalho; e logo na primeira vez, coincidentemente, surge um estranho que sabe seu maior segredo com toda aquela história bizarra.
–Não acho que seja coincidência – sussurrou ele para si mesmo.
Embora tenha chegado ao prédio quase meia hora atrasado todos os investidores o esperaram sem comentarem sobre sua demora.
–Bom dia senhor Diaz – saudou um deles quando entrou na sala de reuniões. – Sente-se, por favor.
Aquele era um ambiente que realmente o incomodava. Todos bem vestidos com ar de superioridade, enquanto ele usava sua única camisa boa para esse tipo de situação. Seu problema não era dinheiro, isso era algo que ele possuía além do suficiente. O problema era toda aquela pompa fútil e desnecessária.
Flash backs dominaram sua mente, levando-o de volta à infância. Para a época em que sua mãe ainda era viva, antes de seu pai enlouquecer...
–O que acha senhor Diaz? – perguntou o homem do outro lado da mesa, afastando seus pensamentos. – A proposta o agrada?
–Poderia repetir, por favor? – pediu Diaz.
–Mas é claro – respondeu o homem humildemente. – Gostaríamos de alugar seis galpões da sua empresa e acreditamos que esse seja um valor realmente justo.
O homem empurrou um papel dobrado em sua direção, Diaz realmente se surpreendeu ao pegá-lo e observar que nele havia um número com mais de seis dígitos.
–É claro que isso é um valor mensal, e apenas por cada galpão – completou o empresário.
Aquilo nem podia ser considerado uma negociação, somente um idiota recusaria uma proposta como aquela; porém Sandro vinha de um lugar onde aprendera que qualquer trocado a mais tinha um grande significado.
–Antes de dar minha resposta, tenho que saber – disse Diaz, – Por que escolheram nossos galpões?
–Recebemos a indicação de um amigo que temos em comum – respondeu ele. – Nosso companheiro nos contou sobre a boa segurança que sua empresa zela e como é um bom lugar para executar nossas transações... Como posso dizer? Noturnas.
Não foi necessário pensar muito para Sandro deduzir quem era o tal amigo em comum. E nas centenas de formas em que os galpões alugados poderiam ser usados.
– Bem, realmente acho esse um valor justo – afirmou ele. – Senhores, parece que temos um acordo.

“Essa é a reunião mais rápida em que estive” pensou Diaz.

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Enquanto deixava a sala, em direção ao elevador, Sandro limpava a mão na própria camisa, apertar as mãos de todos aqueles bastardos nojentos realmente fazia ele se sentir sujo. Felizmente tudo havia ocorrido melhor do que poderia ter imaginado.
Durante todo o percurso de volta para sua casa somente duas coisas passavam pela sua cabeça, quais eram os objetivos de Simon e quem seria sua próxima vítima.
No último mês ele havia encontrado três alvos em potencial, e os investigado a fundo. Precisava apenas escolher um.

Bem, se Lexaror estivesse falando a verdade ele não precisaria escolher. Poderia pegar os três sem preocupações. Ainda mais porque depois daquela reunião, não havia muitos motivos para duvidar de seu poder.

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Autor: Lexaror
Edição: Estevão

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